sábado, 26 de abril de 2008

Raposismo político

Embora possa ser inaceitável ao eleitor comum, a esperteza de alguns políticos identificados pelo “rabo felpudo das raposas”, para usar expressão do governador Roberto Requião, ele próprio uma vítima, surpreende. Estão todos lembrados da reunião do PMDB em São Paulo, há pouco mais de duas semanas, quando Orestes Quércia, motivado pela generosa verba de R$ 4 milhões destinada pelo governo do Paraná ao jornal DCI de sua propriedade, anunciava a intenção de apoiar Requião para a presidência da República, pelo PMDB. Decisão festejada com clarins e rojões pelo Palácio Iguaçu. O mesmo Quércia, qual um jogador de bolão, agora, com uma só bola derruba vários pinos, Requião, Alckmin e Marta Suplicy (foto), entre eles. Explica-se: ao acertar com o governador Serra o apoio à candidatura de Gilberto Kassab (DEM) à prefeitura de São Paulo, arma também o jogo para 2010. Apoio para Alckmin ao governo de São Paulo e José Serra ao Planalto. Ele próprio, Quércia, candidato ao Senado por São Paulo, que ninguém é de ferro. Alckmin, que contava ser o candidato do PSDB à prefeitura fica reduzido ao tempo de TV do partido, se contar com seu apoio. Condição cada vez mais difícil. Marta que imaginava reproduzir em São Paulo, a parceria PT-PMDB bem sucedida em Brasília, sofre grande desfalque Requião que imaginava ter agora um bom relacionamento com o presidente paulista do PMDB leva o troco pelo Disque-Quércia. Por isso se diz que “esquece quem bate. Não esquece quem apanha!” De qualquer modo uma aliança que, reproduz em São Paulo a aliança DEM-PMDB e o PSDB a reboque, que garantiu o governo tranqüilo de FHC, incluindo-se aí a aprovação da reeleição que hoje tanto se questiona. Até por que, como o uso do cachimbo faz a boca torta, já há quem pense em novo direito de reeleição que beneficiaria o presidente Lula. Isso já é outra história. (O Paraná On-line 26/04/08)