Foi aberta a temporada da caça às bruxas. Ontem foi lida no plenário da Assembléia Legislativa resolução enviada pelo conselheiro Nestor Baptista, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), comunicando a aposentadoria do conselheiro Henrique Naigeboren, abrindo vaga no órgão. A escolha do ocupante do cargo cabe a Casa, mas, por imposição do governador Roberto Requião (PMDB), o indicado pode ser o irmão Maurício Requião, secretário de Educação. E, se depender da sua vontade, não vai sobrar pedra sobre pedra, se o irmão mais novo não tiver o número de votos necessários para ocupar a vaga de Naigeboren. E fez questão de deixar isso bem claro à sua bancada de sustentação na AL, o que acabou criando constrangimento entre os deputados. Os indícios são claros da interferência de Requião no processo, já que há visível atropelo das fases da escolha. Primeiro, o presidente da Casa, Nelson Justus (DEM) deveria baixar resolução informando a abertura das inscrições dos candidatos; cinco dias depois, seria formada uma comissão especial para sabatinar os candidatos. Essa fase da resolução foi pulada e, ainda ontem, foi lido o pedido para que os partidos indiquem os representantes na comissão. A intenção, conforme pretende o governador, é que Maurício seja indicado antes do recesso parlamentar, em 16 de julho.
Porém, há quem defenda, ainda, a possibilidade de o processo, se Maurício Requião for mesmo o indicado, ser questionado na Justiça, já que há muitos pontos nebulosos, como um “parente” avaliando as contas do Governo, onde o irmão é o governador. Haveria imparcialidade? No plenário, bem poucos deputados se aventuram a comentar o fato. “Vou pensar” ou “Ainda não sei” era o que mais se ouvia ontem. (DR On-Line 26/06/2008)
Porém, há quem defenda, ainda, a possibilidade de o processo, se Maurício Requião for mesmo o indicado, ser questionado na Justiça, já que há muitos pontos nebulosos, como um “parente” avaliando as contas do Governo, onde o irmão é o governador. Haveria imparcialidade? No plenário, bem poucos deputados se aventuram a comentar o fato. “Vou pensar” ou “Ainda não sei” era o que mais se ouvia ontem. (DR On-Line 26/06/2008)