Durante audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara Federal, realizada ontem, especialistas em tecnologia garantiram que a urna eletrônica não é segura e estariam sujeitas a várias formas de fraude durante o processo eleitoral. A maior parte não é detectável e, por isso, não pode ser comprovada. Segundo o professor de Ciência da Computação da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Dourado Rezende, o modo mais seguro de evitar fraudes é dar ao eleitor a possibilidade de fiscalizar o processo, o que seria possível por meio de um registro impresso da votação. E acrescentou: "o processo eleitoral é avesso à informatização. Por um motivo muito simples: ele exige duas propriedades, dois objetivos que são antagônicos no virtual – o sigilo para que não seja identificado o eleitor com o voto e a correta soma. [A urna eletrônica] é um sistema que elimina as formas de varejo de fraude, mas ao custo e ao preço de introduzir formas por atacado e invisíveis de fraude, às quais o eleitor e as potenciais vítimas não têm como demonstrar." O diretor da Microbase Tecnologia, Frederico Gregório, concorda: "os resultados das eleições feitas apenas com urnas eletrônicas não são confiáveis”. Detalhe, a empresa é a responsável pelo sistema operacional VirtuOS, que foi utilizado em grande parte das urnas eletrônicas brasileiras até a penúltima eleição.