Ontem, em discurso no plenário, o senador Osmar Dias (PDT-PR) alertou que os agricultores, especialmente os do Paraná, estão vendendo trigo, milho e feijão abaixo do preço mínimo "e o governo não faz nada" para evitar isso. E revelou que os triticultores enfrentam uma crise violenta e "com certeza, na próxima safra ninguém vai se animar a plantar". E ainda criticou os moinhos por darem preferência ao trigo argentino, que sai por R$ 800 a tonelada, em detrimento do trigo nacional, vendido a R$ 450 a tonelada. Dias esclareceu ainda que o custo de produção de uma saca de 60 quilos de trigo é de R$ 31 em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. No entanto, o agricultor só tem conseguido R$ 24,50 pelo produto nos moinhos. "O governo não está nem aí se o produtor enfrenta problemas", reclamou, ao observar que, para o governo, interessa apenas que o preço do pãozinho na panificadora continue o mesmo. E disse que, por causa de chuvas fora de hora, geadas e doenças, os triticultores perderam metade da atual safra. “O Brasil importa 70% do trigo que os brasileiros consomem. Proteger o agricultor nacional não é um problema de segurança alimentar? O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, sabe dos problemas, mas não tem a compreensão dos seus colegas de Ministério”, analisou o parlamentar.