Enquanto seus adversários veem com surpresa que os imobiliza, as demonstrações de inteligência e esperteza que Lula desenvolveu através uma vida de origem humilde, até chegar a emprego estável como metalúrgico e posteriormente como sindicalista, quando a sagacidade se refinou, levando-o à liderança que antecedeu a sua vitória eleitoral, o presidente, cercado por uma competente equipe de marqueteiros (demonstração de inteligência) dá show de aproveitamento das oportunidades.
Desde que se elegeu, seu governo, que viveu inicialmente de muito do que FHC e antecessores plantaram, tem colhido louros e se apropriado deles. O que é ruim, parodiando Ricupero, ou é consequência do que outros governos fizeram ou foge disso como o diabo da cruz. Assim, problemas ainda pendentes há gerações - mensaleiros, aloprados, dólares na cueca - são coisas para serem substituídas por grandes tacadas promocionais como o Bolsa Família (que dona Ruth Cardoso tinha implantado sem alarde), o PAC, cuja “mãe” é candidata à presidência e mais recentemente “o salvador do futuro”: o pré-sal. Não perde o presidente uma oportunidade de mostrar os méritos de seu governo. Com um linguajar simples, carregado de metáforas populares, ele vai vendendo seu peixe com inteligência. Tal interação com as classes mais simples da população tem-lhe valido uma avaliação sem precedentes. Tudo que é bom pega nele. De mal, quase nada! Para mudar esse quadro, embora não se saiba a sua capacidade de transferência de votos, uma tradição negativa na política brasileira comprovada inclusive pelo governador do Paraná em pleitos eleitorais recentes, a oposição vai precisar de muita competência. (Pedro Washington)
Desde que se elegeu, seu governo, que viveu inicialmente de muito do que FHC e antecessores plantaram, tem colhido louros e se apropriado deles. O que é ruim, parodiando Ricupero, ou é consequência do que outros governos fizeram ou foge disso como o diabo da cruz. Assim, problemas ainda pendentes há gerações - mensaleiros, aloprados, dólares na cueca - são coisas para serem substituídas por grandes tacadas promocionais como o Bolsa Família (que dona Ruth Cardoso tinha implantado sem alarde), o PAC, cuja “mãe” é candidata à presidência e mais recentemente “o salvador do futuro”: o pré-sal. Não perde o presidente uma oportunidade de mostrar os méritos de seu governo. Com um linguajar simples, carregado de metáforas populares, ele vai vendendo seu peixe com inteligência. Tal interação com as classes mais simples da população tem-lhe valido uma avaliação sem precedentes. Tudo que é bom pega nele. De mal, quase nada! Para mudar esse quadro, embora não se saiba a sua capacidade de transferência de votos, uma tradição negativa na política brasileira comprovada inclusive pelo governador do Paraná em pleitos eleitorais recentes, a oposição vai precisar de muita competência. (Pedro Washington)