Curioso nesta altura da campanha política brasileira é o que se ouve, se vê e se lê. A impressão que passa é que a oposição não faz outra coisa se não inventar factóides contra o governo e sua candidata. Ainda no sábado o presidente Lula fez afirmações críticas ao posicionamento da imprensa que ele considera instrumento da oposição, levando a Associação Nacional dos jornais a reagir. A ANJ afirma que “o papel da imprensa, convém recordar, é o de levar à sociedade toda informação, opinião e crítica que contribua para as opções informadas dos cidadãos, mesmo aquelas que desagradem aos governantes. É oportuno lembrar também que ele (Lula), nunca criticou o trabalho jornalístico quando as informações tinham implicações negativas a seus opositores”, afirma a nota. Tais afirmações correm por conta das críticas do presidente no sábado, quando lembrou que o povo não precisa de formadores de opinião. “Nós somos a opinião pública”, repetiu. Mesmo sem citar a Veja disse que a revista destila “ódio e mentira” contra seu governo. Não desmentiu porém as informações veiculadas nos últimos dias de que a Casa Civil se viu envolvida em seu governo no terceiro escândalo a macular seus mandatos. Fica no ar a impressão de que com falta de tempo para ler os noticiários, sua assessoria só faz chegar a ele as informações favoráveis, uma técnica de todos os governos que produzem “clips” (recortes de jornais) sobre o que a imprensa divulga diariamente (a favor claro!). Só resta assim a ele e a seus principais ministros, como o fez Dilma, afirmar não conhecer o responsável pelas desastrosas atitudes de gente ligada à ex-ministra Erenice Guerra: “Eu não me sinto traída. Não fui eu que nomeei esse senhor”. Tem razão! Só nomeou a própria ministra. (Pedro Washington)