sexta-feira, 7 de maio de 2010

Na Contra Mão

Um raciocínio desenvolvido por um aposentado, sem tantas luzes quanto a de um magistrado que pelo seu nível salarial não precisa preocupar-se com quanto o governo dará de aumento: “Se o governo tem dinheiro para aumentar o número de cargos em comissão para beneficiar apaniguados e criar mais uma estatal num ano eleitoral (ex-falida Embratel, hoje graças aos 13 bilhões anunciados, top de linha na Bolsa de valores) para empregar seus cabos eleitorais, porque reluta em aumentar em meros 7,7 por cento a aposentadoria dos que ganham acima do salário mínimo?” “Boa pergunta?” responderia o garçom da Antarctica, nquanto inquisidor afundaria, não para conhecer como se fabrica a cerveja, mas para as profundezas do inferno nacional. Num momento em que se recomenda em nível mundial que os governos gastem menos do que arrecadam para não chegar onde chegou a Grécia (e olha que não sei se a Grécia toma dos gregos o que o nosso governo toma dos brasileiros!) recriar uma estatal (que já existiu e faliu), quando havia um fundo com bilhões para emprestar a empresas particulares para desenvolver o projeto, só pode ser coisa de “comunista retrógrado”. A telefonia desestatizada colocou celulares e fixos em todas as mãos. Anteriormente o cidadão pagava a caríssima linha dois anos antes de ter acesso ao aparelho. Certamente a “nova” empresa vai ter, além dos cargos de direção escolhidos a dedo entre os apoiadores do governo, um “Conselho”, ao qual sindicalistas e gente do primeiro escalão governamental terão acento, para faturar milhares de reais mensais a mais. Não importando o conhecimento da área. Basta um bom QI: “quem indica”. Não precisa nem jeton (ou seria jeitão) ao nível da Itaipu que paga míseros R$ 14 mil por sessão (para conselheiros brasileiros e paraguaios – eles (paraguaios) estão reclamando do que mesmo!). (Pedro Washington)