As relações do Partido dos Trabalhadores com Roberto Requião não são boas, mas estão jogando juntos. O PT e Requião somam forças para rifar a candidatura de Orlando Pessuti ao governo do Paraná. A desistência de Pessuti interessa a Requião que não quer ver Osmar Dias, do PDT, disputando o Senado para não ameaçar sua própria eleição. O PT também precisa que Osmar seja candidato ao governo para dar um palanque para Dilma, e para não ameaçar a candidatura da petista Gleisi Hoffmann ao Senado.

A candidatura de Pessuti não inspira entusiasmo em seu partido. No PMDB existe o temor que um desempenho ruim do candidato provoque baixas nas bancadas estadual e federal do partido, mas essa avaliação é considerada muito pessimista por alguns analistas políticos. Eles consideram que um eventual afastamento da disputa de Osmar Dias da disputa pelo governo mudaria drasticamente o quadro atual. Para começar, levaria Pessuti a ampliar seu eleitorado de forma significativa. Levaria os votos dos eleitores do PT, do eleitorado esquerda e de setores ligados aos produtores rurais. Partidários de Pessuti lembram ainda que o governador registrou um crescimento lento mas consistente nas pesquisas apesar da polarização entre Osmar Dias e do tucano Beto Richa.
Contra aqueles que tramam contra sua candidatura, Pessuti tem defensores decididos dentro do PMDB. Entre eles o deputado federal Rodrigo Rocha Loures. Ele avalia que a candidatura de Pessuti é essencial para o PMDB manter a força que o partido tem no Paraná. “O Pessuti é candidato e a maior parte dos peemedebistas com mandato deseja esta candidatura. O PMDB tem a maior base de prefeitos e vice-prefeitos do Paraná e quase 800 vereadores. Isso já é mais que suficiente para investirmos na candidatura própria. Além do que, o Pessuti tem grande potencial de crescimento”, diz.(Fábio Campana)