quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ilha de prosperidade

O Paraná, na visão do governador Roberto Requião (PMDB), é uma ilha de prosperidade e o seu governo é o único responsável por isso. “Ninguém plantou mais árvores que o Paraná, no mundo. Isso está no Guinness Book. Nós transformamos este Estado. Agora, reunir meia dúzia de agricultores para mudar o Código Florestal já chega a ser ignorância. A tese deles é mudar o Código Florestal para acabar com a última árvore do Paraná”, disparou Requião.

Para Requião, alterações no Código Florestal visam acabar com matas ciliares

“Essa gente quer acabar com as matas ciliares no Paraná. Não consigo entender os neurônios dessas pessoas.” A manifestação, em tom de desabafo e ironia, foi feita ontem pelo governador Roberto Requião (PMDB), durante a “Escola de Governo”, no auditório Oscar Niemayer (MON). O governador estava irritado e pediu para que parlamentares, entre eles o senador Osmar Dias (PDT) e o deputado federal Aberlado Lupion (DEM), e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (PMDB) – “excelente secretário de Administração”, conforme Requião – parem com “essa história de aumentar a área para plantio. Isso é uma coisa tola, cruel e irracional”. Por isso, fez um desafio a eles para irem à “Escola de Governo” debater com ele (Requião) o assunto. “A Escola de Governo está aberta para os predadores virem debater com a gente. Vamos estabelecer um jogo limpo, contra esses medíocres interesses que não é pela agricultura”, disparou, ao afirmar que “interesse difuso não rende voto. O que todo mundo quer é liberdade para predação”. No Congresso Nacional, os produtores rurais têm o apoio de parlamentares e do ministro da agricultura, Reinhold Stephanes, para fazer as alterações que reivindicam, até o final do ano. Segundo o Código, quem desmatou acima do limite permitido será multado, a partir de novembro. Se as alterações saírem, as punições podem ser revistas ou adiadas mais uma vez. O ministro Stephanes apóia a mudança. Ele já declarou que, da maneira comofoi estabelecido, o Código deixará cerca de um milhão de pequenos produtores sem condições de continuar plantando.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ferroeste

O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Élio Rusch (DEM), está preocupado com o modelo atual de administração da Ferroeste. “Desde 2003 é só discurso. Não se vê uma ação efetiva para melhorar o sistema Ferroeste. Só agridem o governo, que entregou o mandato em 2002, e a atual gestão não faz nenhum investimento”, afirmou. Rusch disse ainda que irá apresentar, nos próximos dias, um pedido de informações para saber quais os reais investimentos que o Governo do Estado fez na Ferroeste.
“Em 2003 começou uma batalha jurídica para que o estado retomasse o controle operacional da Ferroeste. Em 2006, o governo assumiu o controle operacional e as denúncias que recebemos é de que nenhum investimento foi feito. Vamos pedir essas informações para ter a certeza se o estado comprou algum vagão, locomotiva ou se construiu algum metro de ferrovia”, garantiu o deputado. Ele disse ainda que as denúncias apresentadas a ele revelariam que os vagões e locomotivas utilizados atualmente seriam alugados de empresas privadas.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Vassalo, não!

O deputado Stephanes Júnior (PMDB) é outro que também não gosta de levar desaforos para casa. Ontem, usando a tribuna, geralmente utilizada pela bancada de oposição na AL, afirmou qu, mesmo sendo da base do Governo, não se considera “vassalo” do governador Roberto Requião (PMDB). “Isso não é posição de uma autoridade, de um governador. Agora, se não quiser me atender em audiência, que não atenda nunca, porque não preciso dele. Tecnicamente, o seu projeto [de reajuste de 6% para os salários dos servidores públicos] pode até estar correto, mas fazer ameaças para que o projeto seja aprovado da forma como ele [Requião] quer, é um absurdo. Ele não pode tratar ninguém dessa forma”, atirou Stephanes.

Sim, senhor

Mauro Moraes também estava indignado com a falta de liberdade para votar de acordo com a sua consciência e reclamou: “Estou cansado de o Romanelli [Luiz Cláudio, do PMDB, líder do Governo na AL] mandar sentar, todo mundo senta; o Romanelli diz para levantar, todo mundo levanta; o Romanelli diz para dizermos não, todo mundo diz não; o Romanelli diz para dizermos sim, todo mundo diz sim. Aqui não podemos discutir os assuntos e ponderar de acordo com a nossa consciência. Aqui somente se obedece. Assim é difícil fazer política”, disparou, ao afirmar que, se por acaso for obrigado a retirar as emendas, não faria isso de livre e espontânea vontade, mas obrigado pelo partido.

À beira da degola

O deputado Mauro Moraes (PMDB) não sabe o que fazer. O partido fechou questão sobre o projeto que reajusta os salários dos funcionários públicos: todos devem aprovar os 6%. E não se fala mais nisso. Acontece que Moraes apresentou três emendas e, por isso, está à beira da degola: ou retira as emendas e vota como o governador Requião quer, ou será afastado da bancada, do partido e pode até ser ter o mandato cassado. O seu advogado já avisou que o documento que não tem saída e que Moraes corre o risco, sim, de perder o mandato. O que fazer? “Já mandei 30 mil e-mails para os meus eleitores, que estão cadastrados no meu gabinete. Estou consultando as lideranças para buscar a opinião dessas pessoas. Somente depois disso é que vou tomar uma decisão”, afirmou.

Fazendo média

O puxão de orelhas que o governador Roberto Requião (PMDB) deu nos deputados, por conta do reajuste salarial (6%) que tramita na Assembleia Legislativa, colocou alguns parlamentares da bancada petista de sobreaviso. É que eles fazem parte da ala governista e apresentaram, em conjunto, cinco emendas ao projeto do Governo do Estado. Ontem, alguns tentaram amenizar a situação e não perder os bons fluídos (tradução verbas) que sempre vão buscar no Palácio das Araucárias. O governador ameaçou, alto e em bom tom, "quem não votar com o governo, terá dificuldades para liberar recurços". A bancada petista está de saias justas, de um lado os trabalhadores querendo bem mais que os 6%, de outro as benesses do poder, eis a questão.