terça-feira, 22 de setembro de 2009

PMDB à deriva

O PMDB corre o risco de, novamente, sair de chapa pura nas eleições do ano que vem. O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) disse que “estamos conversando” com outros partidos para a viabilidade de uma aliança. “Mas, a prioridade é a candidatura própria, que tem o nome de Orlando Pessuti (vice-governador)”, disse. Mas, de outro lado, “se não houvesse a candidatura de Pessuti”, o PMDB não descartaria uma coligação com o PSDB. É que surgiram comentários que o deputado Alexandre Curi poderia ser convidado a integrar a chapa de Beto Richa, como vice-governador. A ideia, pelo visto, não é assim tão ruim para alguns peemedebistas, mas que ainda priorizam a candidatura de Orlando Pessuti para substituir o governador Roberto Requião.

Osmar e PT

Em seu discurso na audiência pública sobre o pré-sal, o senador Osmar Dias (PDT) se comportou como um perfeito aliado petista. Pelo jeito, ele abandonou as esperanças de manter a grande aliança entre o PDT, PSDB, DEM, PPS para as eleições do ano que vem. Ele disse que não quer falar sobre o “divórcio”, mas garante que “é bom” contar com o apoio do presidente Lula, “uma pessoa que tem a simpatia do povo brasileiro, porque realiza um governo voltado para questões sociais”.

Racha à vista

A vinda de Lula na quinta, acompanhado de Osmar, e o encontro do PSDB de sábado, são fatos que praticamente selaram a ruptura da coligação que apoiou o senador pedetista ao governo do Paraná em 2006 e a reeleição de Beto Richa à Prefeitura de Curitiba, em 2008.
A presença de Osmar juntamente com Paulo Bernardo e a cúpula do PT no encontro político do pré-sal, somada ao lançamento de candidatos pelo PSDB, sinaliza para a separação definitiva. No encontro dos tucanos, embora a presença de Alvaro Dias, praticamente se consolidou a candidatura de Beto Richa.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Beto X Osmar

Em entrevista à rádio BandNews, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) admitiu, pela primeira vez, que deverá mesmo ser adversário do senador Osmar Dias (PDT) nas eleições de 2010 para o Governo do Estado. Embora afirme que vai continuar conversando para manter o PDT na aliança, o tucano acredita que a composição será difícil. “Se não for possível (a manutenção da aliança), o Paraná sairá ganhando da mesma forma, porque poderemos travar com o Osmar um bom debate, debate de boas propostas. É o meu estilo e conheço o estilo do Osmar, de campanha propositiva, sem ataques rasteiros, limpa, sem agressões. Porque isso não interessa ao paranaense que quer saber o que o candidato propõe para o Estado”, prevê Richa.
Por sua vez, Osmar Dias, em entrevista ao jornal O Estado do Paraná, preferiu não comentar as declarações de Beto Richa, e afirmou que considera sua candidatura irreversível. Disse apenas que, “se ele já está prevendo como será o debate, é porque já decidiu que é candidato”. E, pela agenda do pedetista, a sua caminhada será amparada pelo PT.

LULA & OSMAR

A sucessão estadual, que só ocorre em outubro do ano que vem, voltou a dominar a cena política paranaense, em especial na capital. Para não precisar dizer não uma vez mais ao presidente Lula, que insiste em tê-lo no mesmo palanque do senador Osmar Dias (PDT), o governador Roberto Requião (PMDB) arrumou uma providencial viagem ao interior. O presidente veio ontem prestigiar a posse do novo presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT 9). Lula continua apostando que Osmar é o candidato que pode oferecer um palanque mais forte à ministra Dilma Rousseff e ignora a pré-candidatura do peemedebista Orlando Pessuti. Assim como ignora, também, a tese da candidatura própria do PT, defendida pela maioria da bancada do partido na Assembleia Legislativa.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

È difícil acreditar que o PDT de Osmar no Paraná “se abrace” com o PT, se a aliança que quase deu o governo a Osmar e uma bela vitória a Beto, realmente não se confirmar. “O PDT vai se abraçar com o inimigo? Veja, o Lula veio ao Paraná pedir voto pro Requião. Será que os pedetistas esqueceram disso? O senador Osmar Dias perdeu a eleição apertada e quem ajudou a derrota de Osmar foi o presidente Lula. Além do mais, como defensor do agronegócio, será que o senador pedetista não vê que o produtor rural passa por sua maior crise? Será que ele concorda com o que o Lula está fazendo com os agricultores?

domingo, 13 de setembro de 2009

Democrátas reunidos em Casvavel

A preocupação de que Osmar e Beto possam estar em lados opostos na disputa de 2010 foi manifestada por diversos oradores durante o encontro regional do DEM, sexta-feira à noite, em Cascavel. A começar pelos presidentes Rodrigo Maia (nacional) e Abelardo Lupion (estadual).
O anfitrião Eduardo Sciarra, cujo nome sem sido cogitado nos bastidores para vice de Beto Richa, ficou satisfeito com o encontro democrata. “O resultado foi ótimo, pois mostrou que estamos nos fortalecendo cada dia mais”,comentou. “Missão cumprida”, resumiu o presidente municipal Jorge Lange.

Espreitando

Mas, por poucas que sejam as chances do cenário descrito abaixo não se confirmar, Alvaro Dias está longe de jogar a toalha. O senador tucano acompanha de camarote tudo que acontece em relação a Osmar e Beto e segue alimentando, claro, a esperança de vir a ser convocado como terceira via à sucessão de Requião.

Osmar x Beto

Com Osmar olhando feio para qualquer um que ouse aconselhá-lo a recuar de seu projeto político, e dentro do cenário descrito acima, começam a beirar os “noventa e dez” por cento as chances de um embate do senador pedetista com o prefeito curitibano Beto Richa. Um duríssimo embate, aliás, como estão a indicar todas as pesquisas de opinião.
Já Beto, que ontem visitou mais três municípios do Oeste (Rondon, Palotina e Guaíra) antes de retornar a Curitiba, já projeta uma disputa com Osmar. “Isso ocorrendo, espero que a campanha do ano que vem seja em alto nível, sem as baixarias que marcaram campanhas passadas no Paraná”, declarou o prefeito curitibano em Cascavel.

sábado, 12 de setembro de 2009

Sem açodamento

Se pra bom entendedor meia palavra basta, está claro que Beto Richa sonha em se eleger governador do Paraná já em 2010, e não em 2014 como querem alguns de seus adversários. Mas está claro, também, que não se trata de um projeto que ele pretenda levar a ferro e fogo, de forma a impor seu nome como outros tentaram fazer no passado e se deram mal. Político maduro, apesar da pouca idade, o prefeito curitibano deixou evidente mais uma vez em sua passagem por Cascavel, ontem, que está procurando semear a sua candidatura, mas que a palavra final sobre a mesma será do PSDB e partidos aliados.
Beto veio a Cascavel acompanhado dos deputados estaduais Valdir Rossoni e Ademar Traiano a fim de manter contatos políticos e com a imprensa, além de prestigiar o encontro regional do DEM.
O presidente do Democratas (DEM) no Paraná, deputado federal Abelardo Lupion, disse ontem, em Cascavel, que o partido vai lutar pela união dos pré-candidatos ao governo do Estado o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) e os senadores e irmãos Osmar Dias (PDT) e Alvaro Dias (PSDB). Sobre quem o partido vai apoiar na eleição de 2010, Lupion disse que os três têm simpatizantes entre os filiados. “Ainda é cedo para qualquer definição. Isso acontecerá mais tarde”, declarou o líder democrata. Apesar do tom de cautela, o próprio Lupion já declinou
publicamente a sua preferência pelo nome de Osmar Dias.
A sua opção, segundo ele, não vai atrapalhar o processo de escolha do partido. “Não podemos constranger os nossos DEM ainda acredita em aliança filiados. Nós somos a noiva nesse processo todo, por isso temos que ter juízo na hora de decidir quem vamos apoiar ao governo do Estado”, completou Lupion em entrevista pela manhã na redação de O Paraná.
O objetivo do partido, segundo Lupion, é unir todo grupo aliado em 2008, reunindo o DEM, PPS, PSDB e PDT. “Faremos de tudo pra que isso aconteça”.
Ele esteve em Cascavel para participar do encontro regional organizado pelo DEM. O evento reuniu a cúpula nacional do partido, entre eles o presidente nacional Rodrigo Maia, os deputados federais Eduardo Sciarra (PR), além da bancada na Assembleia Legislativa.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Lula em queda e Dilma não “decola”


Embora a percepção da população sobre a economia tenha melhorado, as taxas de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do seu governo caíram nos últimos três meses, segundo pesquisa divulgada, na terça-feira, pelo instituto Sensus. O levantamento, encomendado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), mostra que a avaliação positiva do governo caiu 4,4 pontos porcentuais, de 69,8% no fim de maio para 65,4% no início de setembro. No mesmo período, a aprovação de Lula caiu 4,7 pontos, de 81,5% para 76,8%. No caso da avaliação do presidente, o resultado foi puxado pelos eleitores mais escolarizados e de maior renda. Entre os que têm curso superior, a parcela que considera o desempenho de Lula ótimo ou bom encolheu nada menos que 16 pontos percentuais. No outro extremo, entre os eleitores que têm apenas o curso primário, a queda na aprovação foi bem menor – de apenas 3,1 pontos, quase dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos.

Enquanto a popularidade de Lula cai, Dilma (Rousseff, da Casa Civil) “Em todas as simulações para a eleição presidencial do ano que vem, não passa dos 20%. Os especialistas em pesquisas afirmam que Lula consegue transferir 20% de intenções de voto para qualquer candidato. Como a ministra não sai dos 20%, é legítimo concluir que ela não ainda não tem voto próprio. Para piorar ainda mais as coisas, ela obteve altíssimo índice de rejeição na pesquisa: 38%. Perigosamente perto do teto de 40% de rejeição, índice a partir do qual nenhum candidato se elege.

Ao Deus dará...

Ontem, em discurso no plenário, o senador Osmar Dias (PDT-PR) alertou que os agricultores, especialmente os do Paraná, estão vendendo trigo, milho e feijão abaixo do preço mínimo "e o governo não faz nada" para evitar isso. E revelou que os triticultores enfrentam uma crise violenta e "com certeza, na próxima safra ninguém vai se animar a plantar". E ainda criticou os moinhos por darem preferência ao trigo argentino, que sai por R$ 800 a tonelada, em detrimento do trigo nacional, vendido a R$ 450 a tonelada. Dias esclareceu ainda que o custo de produção de uma saca de 60 quilos de trigo é de R$ 31 em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. No entanto, o agricultor só tem conseguido R$ 24,50 pelo produto nos moinhos. "O governo não está nem aí se o produtor enfrenta problemas", reclamou, ao observar que, para o governo, interessa apenas que o preço do pãozinho na panificadora continue o mesmo. E disse que, por causa de chuvas fora de hora, geadas e doenças, os triticultores perderam metade da atual safra. “O Brasil importa 70% do trigo que os brasileiros consomem. Proteger o agricultor nacional não é um problema de segurança alimentar? O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, sabe dos problemas, mas não tem a compreensão dos seus colegas de Ministério”, analisou o parlamentar.

Eu que mando

A atitude do governador Roberto Requião (PMDB) em cancelar o feriado de terça-feira (08), em Curitiba, para os funcionários públicos, foi criticada pelo deputadoÉlio Rusch (DEM), líder da oposição na Assembleia Legislativa. Ele disse que não conhece, no Brasil, um governador de Estado que não respeite um feriado municipal. “Para mim, isso, nada mais é do que mostrar que o governador quer estar acima da própria legislação. É mais uma dessas atitudes do governador do Paraná para aparecer na mídia. Tem que respeitar a autonomia municipal. O governador, com essa atitude, quis dizer: aqui no Paraná eu mando”, reagiu.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Prefeituras e o FPM

ASSIS CHATEAUBRIAND
- Interrupção de quase todos os serviços públicos (só
permanece funcionando limpeza pública e postos de
saúde em regime de plantão)
JESUÍTAS
- Determinou o corte de cargos de confiança
FORMOSA DO OESTE
- Demitiu 41 funcionários de oscip’s (organizações
sociais civis de interesse público)
- Está cumprindo meio-expediente
- Parque de máquinas só trabalha dois dias por semana
IBEMA
- Diminuição de horas/máquina
LINDOESTE
- Corte total de horas-extras
- Redução em 80% nas saídas dos equipamentos do
parque de máquinas
MEDIANEIRA
- Foram cortadas horas-extras, diminuídas gratificações
em cargos de comissão, diminuídos servidores nas áreas
de varrição, coleta de lixo e estagiários
MISSAL
- Corte de horas-extras – com exceção da Saúde
- Corte de gratificações
OURO VERDE DO OESTE
- Corte de horas-extras
- Redução pela metade das atividades do parque de
máquinas
SANTA TEREZA DO OESTE
- Demissão de 20 funcionários (oito cargos de
confiança e 12 contratados)
- Redução de saídas do parque de máquinas com
economia de R$ 6 mil por mês em óleo diesel
- Estudo para adoção do turno único
SANTA LÚCIA
- 70% de redução nas saídas do parque de máquinas
- Suspensão de horas-extras/gratificações
- Estudo para a adoção do turno único
SÃO PEDRO DO IGUAÇU
- Estabeleceu regime de três dias semanais de
atendimento ao público da prefeitura
SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS
- Prefeito, vice e integrantes de cargos de confiança
estão exercendo funções operacionais na
conservação de estradas para evitar o pagamento de horas-
extras a funcionários concursados
SERRANÓPOLIS DO IGUAÇU
- Corte de horas-extras e gratificações
- Corte de gastos no setor de obras
- Diminuição de repasses à imprensa.

Inteligência inata e esperteza adquirida

Enquanto seus adversários veem com surpresa que os imobiliza, as demonstrações de inteligência e esperteza que Lula desenvolveu através uma vida de origem humilde, até chegar a emprego estável como metalúrgico e posteriormente como sindicalista, quando a sagacidade se refinou, levando-o à liderança que antecedeu a sua vitória eleitoral, o presidente, cercado por uma competente equipe de marqueteiros (demonstração de inteligência) dá show de aproveitamento das oportunidades.
Desde que se elegeu, seu governo, que viveu inicialmente de muito do que FHC e antecessores plantaram, tem colhido louros e se apropriado deles. O que é ruim, parodiando Ricupero, ou é consequência do que outros governos fizeram ou foge disso como o diabo da cruz. Assim, problemas ainda pendentes há gerações - mensaleiros, aloprados, dólares na cueca - são coisas para serem substituídas por grandes tacadas promocionais como o Bolsa Família (que dona Ruth Cardoso tinha implantado sem alarde), o PAC, cuja “mãe” é candidata à presidência e mais recentemente “o salvador do futuro”: o pré-sal. Não perde o presidente uma oportunidade de mostrar os méritos de seu governo. Com um linguajar simples, carregado de metáforas populares, ele vai vendendo seu peixe com inteligência. Tal interação com as classes mais simples da população tem-lhe valido uma avaliação sem precedentes. Tudo que é bom pega nele. De mal, quase nada! Para mudar esse quadro, embora não se saiba a sua capacidade de transferência de votos, uma tradição negativa na política brasileira comprovada inclusive pelo governador do Paraná em pleitos eleitorais recentes, a oposição vai precisar de muita competência. (Pedro Washington)